O PARADIGMA DA IDENTIDADE NEGRA

A RENATURALIZAÇÃO DO CAPITALISMO NO BRANDING DA MARCA RESERVA

Authors

  • Anderson Germano Coelho Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Keywords:

Applied Linguistics, Black identity, capitalism

Abstract

Anchored in critical and interdisciplinary Applied Linguistics (Moita-Lopes, 2009), this article analyzes how marketing campaigns by the clothing brand Reserva mobilize discourses of inclusion to reinforce capitalist logics of control and exclusion, particularly those directed at Black identity. The aim of the study is to understand how branding strategies, under the guise of representativeness and diversity, reaffirm patterns of white normativity. Methodologically, the analysis focuses on one of the brand’s anti-prejudice campaigns from 2015—which generated widespread negative repercussions. Drawing on authors such as Hall (2006), Haider (2019), Foucault (1979), Han (2017), and Fanon (2008), the study investigates how Black identity is discursively constructed, subjected to power relations, and integrated into contemporary economic dynamics. The article demonstrates that hypervisibility, the celebration of difference, and identity politics, when appropriated by the market, operate as forms of segmentation, social control, and political emptying. It concludes that the inclusion promoted by such campaigns does not dismantle structures of oppression but rather renews them, turning subjects into products and identities into commodities. Thus, it proposes a critical reflection on the discursive practices of brands, aiming toward the construction of a linguistics engaged in social transformation.

Author Biography

Anderson Germano Coelho, Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Doutorando em Letras: Estudos Linguísticos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), na linha de pesquisa Linguagens e Práticas Sociais. Mestre em Estudos de Linguagens pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) (2025), na linha de pesquisa Linguagens, Letramentos e Tecnologias. Licenciado em Letras Português pela mesma universidade (2022). Foi bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC) da Fundação Araucária, com foco na análise de ocorrências verbais em redações Enem. Temas de interesse em pesquisas: Discurso; Enunciação; Gêneros textuais digitais; Tecnologia(s).

References

ALMEIDA, L. S. de. Mãe, cuidadora e trabalhadora: as múltiplas identidades de mães que trabalham. Revista do Departamento de Psicologia. Uff, [S.L.], v. 19, n. 2, p. 411-422, dez. 2007. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0104-80232007000200011.

ESTADÃO. Grife carioca faz campanha-manifesto contra o preconceito. 2015. https://www.estadao.com.br/emais/moda-e-beleza/grife-carioca-faz-campanha-manifesto-contra-o-preconceito/. Acesso em: 13 jul. 2025.

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Trad. e org. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

GEE, J. P. Identity as analytic lens for research in education. Review of Research in Education, v. 25, 2000–2001. p. 99-125.

GLOBO. Grife carioca é criticada por etiquetas que aconselham público a dar roupa para mãe lavar. 2014. https://oglobo.globo.com/brasil/grife-carioca-criticada-por-etiquetas-que-aconselham-publico-dar-roupa-para-mae-lavar-14407508. Acesso em: 13 jul. 2025.

GOMES, N. L. et al. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. Educação anti-racista: caminhos abertos pela Lei Federal, v. 10639, n. 03, p. 39-62, 2005.

GZH. Marca causa polêmica com campanha contra o preconceito: "Macaco é um animal, Fabricio é um ser humano. 2015. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2015/03/marca-causa-polemica-com-campanha-contra-o-preconceito-macaco-e-um-animal-fabricio-e-um-ser-humano-4726081.html. Acesso em: 13 jul. 2025.

HAIDER, A. A armadilha da identidade: raça e classe dos dias de hoje. São Paulo: Veneta, 2019.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A. 2006. 102 p.

HAN, B.C. Sociedade da Transparência. Petrópolis: Vozes, 2017.

MACHADO, R. Introdução. Por uma genealogia do saber. In: FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Trad. e org. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

MOITA-LOPES, L. P. da. Linguística aplicada como lugar de construir verdades contingentes: sexualidades, ética e política. Gragoatá. Niterói, n. 27, p. 33-50, 2. sem. 2009.

MUNANGA, K. Identidade, cidadania e democracia: algumas reflexões sobre os

discursos anti-racistas no Brasil. In: SPINK, M. J. P. (Org.) A cidadania em construção: uma reflexão transdisciplinar. São Paulo: Cortez, 1994, p.177-187.

SANTOS, G. N. A linguagem como zona do não-ser na vida de pessoas negras no sul global. Gragoatá, Niterói, v. 28, n. 60, e-53299, jan.-abr. 2023. Disponível em: https://doi.org/10.22409/gragoata.v28i60.53299.pt

SILVA, T. T. da. (org.) Identidade e Diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. 14. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

Published

2025-11-16

How to Cite

COELHO, Anderson Germano. O PARADIGMA DA IDENTIDADE NEGRA: A RENATURALIZAÇÃO DO CAPITALISMO NO BRANDING DA MARCA RESERVA. Revista Letras Escreve, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 65–77, 2025. Disponível em: https://periodicos.unifap.br/letrasescreve/article/view/1121. Acesso em: 18 nov. 2025.

Issue

Section

Seção de Linguística Aplicada

Similar Articles

1 2 3 > >> 

You may also start an advanced similarity search for this article.