O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA PREVISTO PELA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) PARA O FUNDAMENTAL II E O EIXO “DIMENSÃO INTERCULTURAL”
Palavras-chave:
ensino-aprendizagem de língua inglesa; Base Nacional Comum Curricular; interculturalidade; colonialidade/decolonialidade.Resumo
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é pano de fundo atual para a educação brasileira. Tal documento carrega, portanto, certa responsabilidade norteadora das práticas educacionais, o que recai sobre como o ensino-aprendizagem de língua inglesa tem sido ressignificado, em alguns contextos, a exemplo das habilidades selecionadas pela BNCC. A partir disso, não há como descredibilizar o esforço que a BNCC apresenta ao repensar a disciplina de língua inglesa nas escolas e por vezes promover a linguagem enquanto prática social dinâmica. Entretanto, é possível entender algumas tentativas como outras formas de perpetuar certa naturalização discursiva do que é dado como “normal” e como “diferente” dentre culturas, comunidades e povos falantes da língua inglesa. Assim, discutimos neste artigo sobre como o eixo dimensão intercultural selecionado para o Ensino Fundamental II e o trabalho com a interculturalidade como uma habilidade linguística na sala de aula de língua inglesa podem valorizar certos tipos de práticas sociais e silenciar outras, universalizando entendimentos sobre culturas, modos de vida e falantes da língua, especialmente quando não se instrumentaliza sociabilidades e se cria inteligibilidade sobre problemas sociais em que a língua tem papel central (Moita Lopes, 2009a). Por fim, entendendo a decolonialidade como um processo de identificação e desnaturalização dos efeitos do que seria a colonialidade (Mignolo, 2007), discutimos também como o pensamento e a prática decolonial são possibilidades de ressignificar entendimentos e interpretações culturais que se possam ter sobre a língua inglesa e seu povo, na busca de uma educação linguística crítica. A análise feita aqui se situa, portanto, no paradigma qualitativo-crítico, interpretativista e performativo (Denzin, 2018). Em termos de possíveis fins conclusivos, entendemos que a BNCC se propõe a uma educação linguística crítica, entretanto, o eixo dimensão intercultural merece atenção e reflexão, a fim de estarmos atentos a possíveis reproduções coloniais que tal proposta pode reforçar.
Referências
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CASTRO-GOMEZ, S. La poscolonialidad explicada a los niños. Popayán: Editorial Universidad del Cauca, 2005.

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