RESIDUALIDADE ESTÉTICA NA POESIA DE GILKA MACHADO
Palabras clave:
Gilka Machado. Residualidade. Hibridação cultural. Estéticas literárias.Resumen
Este trabalho faz parte da nossa tese de doutorado, que teve como objetivo geral verificar os resíduos de outros tempos, espaços e culturas presentes na poesia de Gilka Machado. Neste artigo faremos uma breve explanação do que foi aprofundado no primeiro capítulo da nossa tese de doutorado. Trata-se, portanto, de um trabalho cujos resultados finais foram apresentados na defesa da tese a que nos referimos. Em geral, os períodos literários são ensinados e estudados em enquadramentos temáticos e formais que os distanciam uns dos outros, deixando de lado um aspecto muito importante que é inerente à literatura: seu caráter híbrido. Nesse ponto, faz-se relevante o conceito de hibridação cultural utilizado pela Teoria da Residualidade (Pontes, 1999), de acordo com o qual as culturas mantêm contato entre si e a “mistura” resultante dessa comunicação faz parte do processo cultural. De posse dessas informações, analisaremos a obra de Gilka Machado, poeta brasileira nascida no final do século
XIX, cuja atuação se deu, sobretudo, na primeira metade do século XX. A poesia da autora é tradicionalmente enquadrada ora no Simbolismo ora no Pré-Modernismo. Entretanto, consoante a Teoria da Residualidade, toda a arte e, portanto, toda a literatura, apresenta uma complexidade estética decorrente da hibridação que ocorre entre os períodos históricos, culturais, artísticos e literários. A poesia de Gilka Machado também se mostra diversa em temáticas e formas, pois manifesta elementos
característicos de estéticas literárias anteriores, contemporâneas e vindouras, a saber: Trovadorismo, Classicismo, Arcadismo, Romantismo, Parnasianismo, Simbolismo e Modernismo. Neste trabalho analisaremos sucintamente alguns poemas que apresentam residualmente elementos das escolas literárias mencionadas, a fim de comprovarmos a presença da residualidade estética na poesia de Gilka e, então, apontarmos o entrecruzamento artístico que ocorre entre tempos, culturas e espaços distintos.
Citas
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2017.
MACHADO, Gilka. Poesia completa. (Org.). Jamyle Rkain. São Paulo: V. de Moura
Mendonça-Livros, 2017.
________. Poesias completas. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial-FUNARJ, 1991.
PONTES, Roberto. Poesia insubmissa afrobrasilusa. Rio de Janeiro-Fortaleza: Oficina do
Autor-Edições UFC, 1999.
________. “Pródromos Conceituais da Teoria da Residualidade”. In: Francisco
Wellington Rodrigues et al (Org.). Matizes de Sempre-viva: Residualidade, literatura e
cultura. Macapá: UNIFAP, 2020, p.13-44.
________; MOREIRA, Rubenita Alves. “Reflexões sobre a Teoria da Residualidade: Entrevista concedida a Rubenita Alves Moreira pelo teórico Roberto Pontes”.
(Realizada em 05/06/2006 e 14/06/2006, lida na “Jornada na Residualidade ao Alcance de Todos” ocorrida em 13/07/2006 na Universidade Federal do Ceará.) In:
MOREIRA, R. A. Escritos Residuais: textos baseados na teoria da residualidade de Roberto Pontes. Fortaleza: Gráfica e Editora IMPRECE, 2022, p. 15-31.
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