MEMÓRIAS E IDENTIDADES EM NARRATIVAS AFRO- AMAZÔNICAS: RESÍDUOS, RESISTÊNCIAS E ENSINO DE HISTÓRIA COMUNITÁRIA

Resumo

O artigo intitulado Memórias e Identidades em Narrativas Afro-Amazônicas: Resíduos, Resistências e Ensino de História Comunitária investiga o Marabaixo como uma prática cultural afro-amapaense que ressignifica memória, identidade e resistência. Através da análise dos ladrões de Marabaixo, o estudo examina como elementos históricos e simbólicos são incorporados e preservados, funcionando como arquivos culturais que mantêm viva a tradição comunitária. O texto defende que o ensino de história nas comunidades quilombolas, longe dos moldes tradicionais escolares, se fundamenta na contracolonialidade — um movimento de defesa identitária que propõe uma leitura de mundo que se opõe aos valores coloniais impostos, evocando moldes estéticos, políticos, sociais e religiosos alternativos. O conceito de Residualidade Literária e Cultural é aplicado para entender como as práticas performáticas do Marabaixo preservam e transformam esses resíduos culturais ao longo do tempo, fortalecendo a identidade coletiva afrodescendente e promovendo uma dinâmica contínua de recriação e resistência. Dessa forma, o artigo sugere que o Marabaixo representa uma forma viva de construção histórica, articulando memória, cultura e resistência como pilares fundamentais para a preservação e reinvenção das narrativas afro-amazônicas.