ANTROPOLOGIA VISUAL E ESPAÇOS PERIFÉRICOS DA CIDADE DE MACAPÁ, AMAPÁ: OCUPAÇÕES, DIREITO À CIDADE E DISPUTAS TERRITORIAIS
Resumo
A presente pesquisa teve como proposta mapear, registrar e compreender as modalidades de usos dos espaços urbanos da cidade de Macapá, Amapá, a partir da perspectiva das discussões sobre o direito à cidade, de registros fotográficos e audiovisuais, observando e problematizando como o recurso das ocupações é desenvolvido. Ocupar pode ser um ato deliberado pela carência, mas pode ser também explorado sob a perspectiva de quem está, ainda que a partir reconhecimentos dos documentos oficiais, situado num ponto especifico do espaço urbano, construindo lugar de morada e habitação. A carência de um equipamento de habitação pode ser um dos indicadores de estar ali sem o aval das instituições de Estado, das ocupações ditas invasões; no entanto, ocupar um espaço, pode ser ampliado e entendido como um ato político sobre os usos dos espaços, ainda que as representações desses atos venham a ocupar as zonas periféricas, ou mais distantes de um centro, da cidade com a força do capital de alguns grupos ou por força das necessidades básicas como característica de um indicador de cidadania não resolvido. Os processos metodológicos para desenvolvimento da presente pesquisa estão situados, dentre outras referências apontadas ao longo do texto, no trabalho etnográfico com usos de recursos visuais, a partir do aporte da antropologia visual (Andrade, 2002) e da etnografia de rua (Eckert; Rocha, 2013). A dinâmica da pesquisa encaminha identificar alguns espaços periféricos da cidade de Macapá, atualizando o próprio conceito do que é periferia e centro (Ritter; Firkowski, 2009). Em termos de resultados e conclusões, respectivamente, observamos nos registros fotográficos as disparidades sobre as ocupações dos espaços urbanos periféricos. As fachadas das habitações e a própria área no enternodas redidências demonstram ser indicadores importantes para problematizações sobre quem ocupa, como ocupa, como significa o espaço urbano. E nesse sentido o recurso visual repercute como meio instigante para se pensar a disputas sobre a cidade em termos históricos, estruturais, politicos e antropologicos sobre a cidade.
Referências
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