Marca Galibi-Marworno e Ensino da Matemática
uma pesquisa em etnomatemática
Palavras-chave:
Educação Escolar Indígena, Pesquisa em Etnomatemática, Marca Galibi-Marworno, Ensino de Matemática, Escola indígenaResumo
O artigo analisa as representações culturais de treze marcas Galibi-Marworno e seu uso no ensino de matemática na Educação Escolar Indígena. Coletamos os dados na aldeia Kumarumã localizada na terra indígena Uaça (Oiapoque) no Brasil, com base em pesquisa qualitativa e entrevistas realizadas com um pajé, dois artesãos indígenas e dois professores não-indígenas. O texto foi produ-zido com uso do método descritivo e cita o resultado do primeiro estudo em etnomatemática desen-volvido no Curso de Licenciatura Intercultural Indígena na Universidade Federal do Amapá, na área de Ciências Exatas e da Natureza. As marcas indígenas representam objetos da natureza e do lugar em que vivem os indígenas Gabili-Marworno, de acordo com as explicações do pajé e dos artesãos indí-genas. Eles exemplificaram nas entrevistas, as marcas conforme a sua escrita na língua Kheuól (Kuahí, Thas Djiab, Pataje Kasab, Bhãx Uasei, Thas Fomi Mãiok, Uei Sarakurá, Kai Atxipa, Dã Djilo, Kai Txuhi, Iarari, Papiõ, Zétuel Warukamã e Ximê dji Lavi). Respectivamente, essas marcas Galibi-Mar-worno representam o (peixe cruari, relevo e beleza da terra firme, traços dos dedos da mão sobre a superfície do beiju, folha de açaí, rastro da formiga saúva, olho do pássaro saracura, escama do peixe tamuatá, maresia ou onda do mar, escama do peixe pirarucu, nuvem da aurora, borboleta, estrela d’alva e caminho da vida). As outras entrevistas revelaram que os professores de matemática não sabem o que significam e representam as marcas Galibi-Marworno. Mesmo assim, eles desenvolvem uma prá-tica docente que inclui as marcas nas aulas de matemática a partir dos desenhos elaborados pelos estudantes Galibi-Marworno, quando eles resolvem as atividades escolares.