Etnomatemática e formas de vida de estudantes do bairro Maria Magdalena, Itaituba, Pará
Palavras-chave:
Etnomatemática, anos finais do ensino fundamental, ensino de matemáticaResumo
O presente artigo constitui-se de recorte de uma dissertação do Mestrado, que teve como objetivo central analisar a produtividade, para os processos de ensino da matemática, de uma prática pedagógica investigativa, centrada na cultura dos estudantes e endereçada ao sétimo ano do Ensino Fundamental de uma escola pública situada num bairro periférico de Itaituba, PA. A pesquisa, qualitativa, foi sustentada por referenciais teórico-metodológicos relativos ao campo da etnomatemática em seus entrecruzamentos com ideias da maturidade de Ludwig Wittgenstein. Os materiais de pesquisa foram constituídos por enunciações - gravadas e posteriormente transcritas - e produções escritas dos estudantes, bem como pelo diário de campo da professora pesquisadora. A análise efetuada sobre estes materiais permitiu inferir que o conhecimento de jogos de linguagem vinculados à matemática escolar e usualmente presentes nos currículos dos anos finais do ensino fundamental pode auxiliar no entendimento de questões sociais e econômicas. Tal ideia enfatiza a pertinência de repensarmos os processos de ensino da matemática no âmbito da escola básica, atentando para a premissa de que esta também se constitui em uma etnomatemática que faz sentido na forma de vida escolar.
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