POVOS INDÍGENAS ISOLADOS E DE RECENTE CONTATO NA AMAZÔNIA
ENTREVISTA COM ANTENOR VAZ
Resumo
Os povos indígenas existentes na América do Sul habitam essa região desde muito, conforme apontam fontes historiográficas, arqueológicas e sociológicas. Notadamente falando do Brasil, os povos indígenas que aqui residem são variados étnica e linguísticamente. Dentro desse segmento populacional é que existem aqueles denominados como povos indígenas isolados e de recente contato. Esses povos que optam por manter-se afastados do restante da sociedade nacional sofrem com inúmeras problemáticas que advêm do fluxo de garimpeiros, caçadores e pescadores ilegais, obras de infraestrutura e madeireiros, por exemplo, que exercem atividades econômicas ilegais em seus territórios, gerando destruição ambiental e ameaça à saúde e vida dessas populações. Nessa órbita, o Estado, que possui legislação específica e órgãos de fiscalização, deveria agir no sentido de inibir tais ameaças aos direitos dos povos indígenas isolados e de recente contato. Porém, aparentemente, o que ocorre é justamente o contrário. O Estado brasileiro parece se omitir dentro do universo dessa problemática. Não somente isso, parece ser conivente com tais práticas devastadoras de vidas e lugares. Em um país tão dividido quanto visto atualmente no Brasil, é mais que urgente encontrar soluções práticas, ainda mais em um contexto que impera a disseminação da Covid-19. Desse modo, a entrevista feita aqui é com Antenor Vaz, consultor independente e membro do GTI PIACI (Grupo de Trabalho Internacional pela Proteção dos Pueblos Indígenas em Situação de Isolamento e Contato Inicial) e Consultor para a América do Sul para a Land is Life. Por ser especialista na questão dos povos indígenas isolados e de recente contato, Vaz foi convidado a responder a algumas das principais questões que
circundam essa temática.