TROTULA DE RUGGIERO

CORP(U)S EPISTÊMICOS E A DESTREZA DO ESQUECIMENTO

Autores

Palavras-chave:

Trotula de Ruggiero, Epistemologia feminista, Corporeidade, Medicina

Resumo

Este texto propõe um caminho interpretativo, a partir de algumas perspectivas em epistemologias feministas para compreender a história textual moderna em torno de Trotula de Ruggiero. Trata-se de penser os procedimentos de exclusão que estão em curso de modo exacerbado pela imposição patriarcal-capitalista e que compõem um amplo espectro de estratégias de apagamento, silenciamento e sujeição das mulheres e que passa pelo disciplinamento de seus corpos. Afirma-se que despojar as mulheres de qualquer possibilidade de conhecimento científico é parte imprescindível destas estratégias, e embora a Modernidade já não faça uso destas obras médicas como o fez o Medievo – já que o conceito de ‘corpo’ tal como presente em Trotula e em outras obras de mulheres medievais é simplesmente incompatível com as modernas noções normativas de ‘corporeidade’ – conceder-lhe uma autoria feminina seria um movimento avesso à generalização de menoridade intelectual das mulheres. Um esboço sobre a história textual em Trotula é oferecido antes das reflexões propriamente espistemológicas em torno de sua figura e de sua autoridade.

Biografia do Autor

Janyne Sattler, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutora em Filosofia pela Université du Québec à Montréal. Professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia na Universidade Federal de Santa Catarina. Integrante do GT Filosofia e Gênero da Anpof, do IEG/UFSC, NEFIPO/UFSC, e coordenadora do Projeto Uma Filósofa por Mês.

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Publicado

2025-10-29