SOBRE A POSSIBILIDADE DE SUPERAÇÃO DE DUALISMOS

O CASO DA FILOSOFIA CIBORGUE

Autores

Palavras-chave:

Ciborgue, Tecnociências, Epistemologia feminista

Resumo

O texto reflete sobre a seguinte questão: seria a filosofia ciborgue capaz de superar as categorias epistemológicas formadas pelo dualismo entre o natural e o artificial? O ciborgue, imagem ou metáfora, representa materialmente a hibridização entre organismo e máquina, estendendo as reflexões da epistemologia e história das ciências e técnicas para além da análise do passado e das experiências no presente, e, via prospecção, permite imaginar outros mundos e experiências possíveis. Além disso, os ciborgues representam criaturas da ficção e da realidade, com tecnologias que unem máquinas e seres vivos, fazendo-nos questionar sobre a separação entre natureza e cultura. Soma-se a isto a história recente que identifica, ao menos desde o final da Segunda Guerra Mundial, um novo regime de saber conformado pelos diferentes programas de convergência das tecnociências. Para analisar a instabilidade das categorias natural e artificial, como visto na interface de organismos e máquinas, as epistemologias feministas colaboram para o desenvolvimento de saberes e práticas sensíveis aos contextos. Considerando não apenas a relevância da teoria do ponto de vista situado, mas também o desdobramento de outras possibilidades neste contexto, para que as epistemologias feministas contribuam para a manutenção de posturas de resistência neste mundo tecnologicamente informado, no qual as tecnologias tornaram-se autônomas e as identidades fragmentadas, ressaltando a ancoragem que o feminismo mantém com a rejeição de práticas sociais e históricas de dominação.

Biografia do Autor

Débora Aymoré , Universidade Federal do Paraná

Mestre e Doutora em Filosofia (USP, 2010; 2015), com estágio de pesquisa no exterior com bolsa CAPES (University of Miami, FL, 2013 - 2014), Pós doutorado (USP, 2017 – 2018), Pós-doutorado (UFPR, 2022 - atual).

Downloads

Publicado

2025-10-30