A água e seus reflexos na saúde dos moradores do Distrito do Elesbão no município de Santana - AP
Palavras-chave:
Saneamento, Saúde Pública, Meio AmbienteResumo
O presente trabalho abordou o perfil sócio-econômico e ambiental da comunidade do Distrito de Elesbão, situado às margens do canal norte da foz do Rio Amazonas no município de Santana – AP. A comunidade possui aproximadamente 1.800 moradores. O estudo teve por objetivo principal fazer um levantamento de como a comunidade local utilizava a água para consumo e verificar a ocorrência de doenças relacionadas a este consumo. Foi utilizado o método dedutivo e a pesquisa descritiva, com revisão de literatura, entrevistas e visitas a órgãos públicos municipais e estaduais. A coleta de dados contou com a realização do trabalho de campo em 86 domicílios do Distrito do Elesbão. Foi feita a observação direta intensiva, aplicação de questionários, relato oral com moradores mais antigos, documentação fotográfica e ánalise quantitativa e qualitativa dos resultados. Com os dados coletados constatamos que o Distrito do Elesbão possui algumas políticas públicas como, posto de saúde, abastecimento de água, segurança e outros, apesar de funcionarem precariamente. Quanto ao abastecimento de água, a maioria dos moradores entrevistados esta satisfeita com os serviços (recentemente implementado pela Companhia de água e esgoto do Amapá – CAESA). Com relação ao serviço de esgoto, a localidade não dispõe. Constatamos que a maioria dos moradores (84%) lança seus dejetos sanitários diretamente no curso do rio. Embora haja serviço de limpeza para atender a comunidade, parte do lixo doméstico é jogado pelos moradores diretamente no rio. São afetados também com o lixo provenientes das comunidades vizinhas, trazidos pela maré. Quanto à saúde verificou-se maior incidência de malária (32%). Doenças como hepatite e verminose apareceram em (22%) das queixas dos moradores. Ressalta-se que estas ocorrências e os problemas dermatológicos observados nas crianças, possam estar relacionados com a ingestão ou contato direto com a água contaminada. Diante disto, pode-se constatar que a necessidade de maior intervenção do poder público municipal e estadual para viabilizar ações efetivas buscando a melhoria da qualidade de vida dos moradores.