ENSINO DE SOCIOLOGIA, BANALIDADE DO MAL E MENTALIDADE ALARGADA:

ANÁLISE DO “PROGRAMA ESCOLA SEM PARTIDO” E DO DISCURSO DA “IDEOLOGIA DE GÊNERO”

Autores

  • Ricardo Teixeira da Silva Universidade de São Paulo
  • David Junior de Souza Silva Universidade Federal do Amapá

Palavras-chave:

Sociologia, Educação, Hannah Arendt, Políticas Educacionais

Resumo

O objetivo deste estudo é analisar, a partir da perspectiva do pensamento educacional de Hannah Arendt, como os conceitos de banalidade do mal e mentalidade alargada contribuem para compreender os impactos do Programa Escola Sem Partido e das críticas à chamada Ideologia de Gênero no ensino de Sociologia no Brasil. O trabalho parte da hipótese de que tais iniciativas representam retrocessos significativos em termos de direitos humanos, pluralidade e liberdade de pensamento no espaço escolar. A partir da análise documental de projetos de lei e com base em categorias teóricas arendtianas, argumenta-se que a banalidade do mal se manifesta na negação da alteridade, na desvalorização do outro e na normalização da violência simbólica e material, especialmente contra grupos historicamente marginalizados. Em contraposição, a mentalidade alargada, enquanto exercício de julgamento ampliado e consideração da pluralidade, é apresentada como fundamento ético e pedagógico essencial para o ensino de Sociologia, cuja tarefa é formar sujeitos críticos, reflexivos e conscientes de seu papel na vida pública. Assim, o estudo conclui que os discursos e políticas que visam limitar o debate sobre diversidade, gênero e cidadania no ambiente escolar contribuem para o esvaziamento do pensamento, do juízo crítico e da responsabilidade ética, atentando contra os princípios democráticos e contra a própria finalidade humanizadora da educação.

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Publicado

2024-11-04