DA FÁBRICA DE CALCINHAS AO ARRANCAR DOS DENTES:

OS DISCURSOS BOLSONARISTAS SOBRE AS INFÂNCIAS MARAJOARAS E OS MARAJÓS

Autores

  • JACQUELINE TATIANE DA SILVA GUIMARÃES UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Palavras-chave:

Discursos, História do Tempo Presente, História da Infância, Direitos Humanos, Racismo Algorítmico

Resumo

Abordo sobre crianças/infâncias marajoaras e os Marajós nos discursos bolsonaristas, especialmente os realizados pela ex-ministra Damares Alves. As considerações expostas se constituem em uma articulação entre a História da Infância e a História do Tempo Presente, recorrendo às matérias de jornais eletrônicos como fonte para pesquisas históricas, portanto, sendo corpus que expõe uma trajetória quanto as histórias das infâncias marajoaras a partir de discursos que se dão em uma arena de disputas ideológicas e políticas, logo estabeleço aproximações com a análise do discurso desenvolvida pelo Círculo de Bakhtin. Ressalto também que a construção deste texto, que se apresenta em primeira pessoa, também parte de minhas memórias, pois vivi e também apareço como fonte nesse processo, logo parto do conceito de escrevivências. Inicialmente, discorro sobre a conjuntura que possibilitou a ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência do Brasil e o seu não encontro com a população marajoara, que assim como o seu território é plural e diversa, tratada neste estudo como os Marajós. Em segundo, problematizo os impactos da política bolsonarista e os seus desdobramentos para os Marajós, sobretudo, a partir do “Programa Abrace o Marajó”, assim como apresento discursos proferidos nacionalmente por Damares Alves indicando os seus resultados para a região, bem como para os direitos e a história das infâncias marajoaras. Identifica-se, discursos sobre as crianças/infâncias marajoaras que destoam das vivências de crianças de outras regiões do país, tornando-as alvo de fake news que fazem parte das atuais práticas de racismo algorítmico, reforçando as históricas ações do Estado que destinam à população marajoara uma posição de passividade, subalternidade e de barbárie.

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Publicado

2024-11-04

Edição

Seção

Artigos