POR UM MARXISMO NEGRO E AMAZÔNIDA:

ENFRENTAMENTOS À BRANQUITUDE, AO RACISMO/SEXISMO EPISTÊMICO E AO EXTRATIVISMO INTELECTUAL

Autores

  • JACQUELINE TATIANE DA SILVA GUIMARÃES UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

Resumo

Abordo sobre o marxismo negro e decolonial, que representa uma “nova” virada epistemológica, correspondendo aos avanços da luta antirracista que vêm sendo empreendidos pela militância negra, seja nos espaços acadêmicos, seja fora deles. Inicialmente, problematizo as articulações entre o racismo epistêmico e a colonialidade do saber como importantes estratégias para a contínua manutenção da branquitude na Academia, onde predomina um pacto narcísico entre intelectuais brancos. Em seguida, analiso o marxismo e a decolonialidade até a constituição do que atualmente emerge na literatura como marxismo negro, apresentando suas principais referências e as razões do seu apagamento nos círculos acadêmicos; posteriormente, traço considerações sobre epistemicídio e o extrativismo intelectual, cognitivo e epistêmico, que promovem um contínuo e histórico processo de apagamento dos saberes e conhecimentos ancestrais daqueles e daquelas que vivem e resistem na Amazônia. Apresento uma abordagem exploratória, bibliográfica e documental, partindo da compreensão da complexidade e atualidade do debate diante de uma conjuntura política, acadêmica e científica que, apesar de se anunciar democrática e inclusiva, não se permite – ou não tem intenção de – questionar privilégios nem reconhecer que o processo de violação das populações não brancas também se estende à construção do conhecimento e dos saberes. Portanto, pautar epistemes “Outras” e outros marxismos constitui-se como uma forma de garantir justiça e representatividade epistemológica para nós, negras, negros e indígenas da Amazônia.

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Publicado

2025-06-25