MARIA ARAGÃO E A CIRCULAÇÃO DAS IDEIAS MARXISTAS NO MARANHÃO ENTRE 1945 e 1955

Autores

Palavras-chave:

Maria Aragão, Partido Comunista Brasileiro, pensamento político brasileiro, história das ideias, marxismo

Resumo

O artigo aborda os primeiros dez anos da trajetória política de Maria José Camargo Aragão (1910-1991) junto ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), buscando enxergá-la como parte integrante da história da circulação das ideias marxistas no Maranhão e no Brasil. Partindo de perspectivas históricas para análise do pensamento político, como o materialismo histórico, o contextualismo linguístico e as metáforas da circulação, recepção e tradução das ideias, recorre-se à pesquisa documental e à pesquisa bibliográfica. Maria Aragão, maranhense, negra, de origem da classe trabalhadora, professora e médica, filiou-se ao PCB em 1945, quando residia no Rio de Janeiro. Naquele ano, quando a direção nacional do PCB julgou necessária a reorganização partidária no Maranhão, Aragão propôs seu nome e encaminhou-se voluntariamente ao estado, tornando-se a dirigente responsável pelo setor de agitação e propaganda. No âmbito das tarefas partidárias, fundou, em 1945, o jornal Tribuna do Povo (1945-1962), órgão de imprensa do PCB no Maranhão, à frente do qual atuou como diretora, secretária, repórter e principal redatora e vendedora. Neste período, além de revendedora dos jornais Voz Operária, Imprensa Popular, da Revista Problemas e de representante da Editora Vitória, protagonizou outra tarefa de relevo: as atividades ininterruptas de busca por recursos materiais, cruciais para a continuidade das atividades partidárias. Sua atuação militante incluiu, via de regra, um permanente contato com os trabalhadores, da cidade e do campo, na capital e no interior maranhense. Isto posto, ao integrar de maneira protagonista as atividades fundamentais do PCB no Maranhão, apropriando-se de suas teses, de matriz terceiro-internacionalista, seguindo as orientações traçadas nas resoluções partidárias e buscando aplicá-las na realidade local, identificamos Aragão como uma agente central nos processos de recepção, apropriação e difusão das ideias marxistas no Maranhão entre 1945 e 1955.

Biografia do Autor

Pedro Henrique Leite, Universidade Estadual do Maranhão

Graduado em Ciências Sociais e Mestre em Desenvolvimento Socioespacial e Regional pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).

Bráulio Loureiro, Universidade Estadual do Maranhão

Professor Adjunto III do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Maranhão (DCS/UEMA). Doutor em Ciência Política (UNICAMP). Email: cpol.brl@gmail.com

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Publicado

2025-02-11

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Artigos