SAÚDE PARA TODAS AS PESSOAS
EXPERIÊNCIAS E PERCEPÇÕES DE UM HOMEM NEGRO, CISHOMOSSEXUAL, AUTISTA E AMAZÔNICO SOBRE O SISTEMA PÚBLICO DE SAÚDE
Palavras-chave:
SUS, Homossexualidade, Diversidade, Interseccionalidade, Saúde de Pessoas LGBTQIAPN+Resumo
Os sistemas de opressão abalam a dinâmica saúde-doença de pessoas LGBTQIAPN+ nos primeiros anos de suas vidas, ocasionando danos às subjetividades e às habilidades para superação do sofrimento e doença. Garantir um sistema público de saúde para as populações não cisgênera, não heterossexual, não monogâmica e não binária é um ato reparador às subtrações de direitos a que essas identidades foram sujeitas ao longo do tempo, além de possibilitar a construção de uma sociedade mais equânime, justa e plural. Este texto é uma adaptação da conferência proferida no Fórum Pimentense Pelos Direitos das Pessoas LGBTQIAPN+, na cidade de Pimenta Bueno-RO, realizado em 09 de junho de 2022, em celebração ao mês do enfrentamento da LGBTQIAPNfobia e do orgulho LGBTQIAPN+. A partir do método autobiográfico o autor articula as experiências de vida de um homem negro, cisgênero, gay, autista nascido na periferia amazônica, com argumentos da literatura científica das áreas correlatas.
As interseccionalidades marcadas no corpo e na alma são apresentadas como substratos nos quais se assentam as experiência de dor e prazer de quem se faz nas margens políticas, sociais, econômicas e filosóficas do mundo moderno. Por fim, floresce dessa experiência de vida o entendimento de que a luta por um sistema de
saúde para todas as pessoas é um projeto permanente que, embora ainda não concluso, é sempre desejado e requisitado pelas identidades subalternizadas e exploradas.