SOCIOLOGIA FEMINISTA:
ABORDAGENS TEÓRICO-METODOLÓGICAS SOBRE IDENTIFICAÇÕES DISSIDENTES AGENCIADAS EM CONTEXTOS DE ABJEÇÃO
Palavras-chave:
Epistemologia feminista; Teoria morfogenética; Identificação; Agenciamento.Resumo
Este artigo propõe uma discussão teórico-metodológica sobre o desenvolvimento de uma etnografia em diálogo com a teoria feminista dos saberes localizados e a teoria social da sociologia morfogenética. Discute-se como foram analisadas as identificações dissidentes de gênero de personas artísticas interlocutoras, agenciadas em contextos de abjeção no interior do Rio Grande do Sul/Brasil. No decorrer da discussão, ressalta-se como a vinculação entre ontologia feminista, etnografia e teoria social proporciona uma análise que privilegia processos subjetivos, ocorridos através das autoconsciências de si no mundo, quando as experiências de identificação se verificam engendradas pela necessidade de negociação em estruturas socioculturais permeadas por distintas formas de criação da não humanidade. Através da discussão teórico-metodológica, destaca-se, por fim, a relevância da análise sociológica feminista, que possibilita articular as agências humanas e as estruturas socioculturais, com o intuito de oferecer uma compreensão sobre como se reconfiguram, na prática, modos de vida que, através das artes, manifestam maneiras de se viver para além das normas regulatórias de gênero.