FAHRENHEIT 451 E O SUICÍDIO DO AFETO E DO INTELECTO
SOBRE LITERATURA, SOCIEDADE, POLÍTICA E HISTÓRIA ESTADUNIDENSE DOS ANOS 1950
Resumo
Nosso maior objetivo é apresentar uma análise sociológica de Fahrenheit 451 de Ray Bradbury, uma obra estadunidense dos anos 1950 inserta, plasmada e em resposta a um contexto de convulsões históricas, políticas, culturais (principalmente, em se tratando de questões próprias do momento pós-Segunda-Guerra, durante a Guerra Fria e a ascensão cultural-midiática da televisão). Ou seja, trata-se de um estudo que contempla as interfaces entre literatura e sociedade, bem como observa a estrutura textual e as operações estéticas e de crítica social das distopias. Para tanto, percorremos e recuperamos, com o respaldo de autoridades, o imprescindível de história e teoria da ficção distópica para entender os pilares da composição não só da obra supradita, mas também de outras expressões de lugares ruins cujas leituras articulamos mediante, sobretudo, seus lugares-comuns. Pois visamos à investigação de seu pertencimento a essa tradição disfórica da literatura, seu trabalho com o pesadelo sociopolítico infelizmente adjacente e as alternativas sugeridas à cabal e irreversível efetivação do desastre.