AS VISÕES DE MUNDO DOS REASSENTADOS DE BELO MONTE

Uma abordagem a partir da Sociologia das Emoções

Autores

Palavras-chave:

Amazônia, Belo Monte, visão de mundo, reassentamentos urbanos;, hidrelétrica

Resumo

No contexto da Amazônia, podemos identificar diferentes representações sobre a nossa região, principalmente pela influência dos discursos do Estado, das corporações, dos intelectuais e do senso comum. Considerando o contexto de transformações causadas pela construção da Hidrelétrica de Belo Monte no município de Altamira, sul do Pará, e os diferentes impactos na vida dos atingidos. A pesquisa consiste em compreender através do testemunho pessoal dos moradores dos reassentamentos urbanos, como a construção da UHE de Belo Monte influenciou a visão de mundos dos atingidos. Foi colhido o testemunho pessoal dos moradores dos reassentamentos urbanos, que apresentaram diferentes visões de mundo acerca da situação. O trabalho de campo ocorreu na cidade de Altamira, no período de 13 a 22 de outubro de 2016, com observação participante nos reassentamentos urbanos, nos movimentos sociais e no campus da Universidade Federal do Pará na cidade de Altamira, onde foram colhidos os testemunhos dos moradores dos reassentamentos urbanos Jatobá, Laranjeiras e São Joaquim, com os militantes do movimento social Xingu Vivo Para sempre, com a diretora interina da Fundação Viver, produzir e preservar, totalizando 16 entrevistas além dos demais diálogos informais com a população atingida pela barragem de Belo Monte.  Dessa forma os reassentados foram divididos em quatro categorias de acordo com a sua visão de mundo: a) atingidos: são assim classificados os reassentados que se colocam na posição de resistência e de busca por garantia de seus direitos; b) pró-belo monte: a segunda categoria são considerados os reassentados que foram influenciados pelo discurso desenvolvimentista e que são a favor da barragem e de todas as transformações que esta trouxe para a cidade e na vida da população; c) os indiferentes: a terceira categoria é reconhecida pela indiferença a toda a situação, que têm a influência de sucessivos abandonos institucionais; d) vítimas: por último, é utilizado a categoria vítima para os reassentados que buscam expressar a dor da violência sofrida durante o processo de remoção dos seus bairros para os reassentamentos urbanos.

Biografia do Autor

Ana Paula Picanço, Universidade Federal do Amapá - UNIFAP

Licenciada em Sociologia na Universidade Federal do Amapá.

David Junior de Souza Silva, Universidade Federal do Amapá - UNIFAP

Professor do Mestrado Profissional em Estudos de Cultura e Política da Universidade Federal do Amapá (PPCULT/UNIFAP) e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Socioespacial e Regional da Universidade Estadual do Maranhão (PPDSR/UEMA). Doutor em Geografia (IESA/UFG). E-mail: davi_rosendo@live.com.

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Publicado

2025-11-09