AS FRONTEIRAS DISCURSIVAS NA COLONIZAÇÃO E OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Resumo
Este artigo propõe um gesto de leitura sobre a própria noção de fronteira, inserindo-a sob a ótica do discurso, de maneira que se situe como uma construção simbólica fruto de uma rede de sentidos ou efeitos de verdade que emanam do discurso e que constituem uma linha entre um dado lugar de significação para outro. Para trabalhar tal questão, a experiência discursiva da colonização e da ocupação da Amazônia brasileira é colocada em primeiro plano, com a observação das práticas discursivas idealizadas pelos empresários colonizadores que fundaram projetos de ocupação nesta região ainda na década de 1970. Por exemplo, a Gleba Celeste, empreendimento em Mato Grosso criado pelo empresário Enio Pipino. Conclui-se que a história da ocupação e do povoamento da Amazônia está marcada pela questão fronteiriça e, neste sentido, a própria Gleba Celeste adquire sentidos de uma fronteira discursiva.