Castanha-do-Brasil

práticas socioculturais e mudanças ambientais numa comunidade tradicional amazônica brasileira

Autores

Palavras-chave:

Extrativismo, Populações Tradicionais, Amazônia Ocidental, Brasil

Resumo

As sementes da espécie Bertholletia excelsa Bonpl. estão presentes no cotidiano de muitas populações tradicionais e indígenas amazônicas, que coletam essas sementes na natureza de forma sustentável para comercialização e alimentação. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo revelar práticas sociais e culturais do extrativismo desta espécie, bem como analisar a percepção de extrativistas sobre as mudanças ambientais no extremo Norte do Brasil. O estudo considerou informações dos relatos de 13 extrativistas dos gêneros masculino e feminino, compartilhadas durante entrevistas semiestruturadas e conversas informais, com o recorte temporal correspondente à década de 1980, que marcou o início da atividade extrativista da maioria dos entrevistados. A atividade extrativista é anual e constitui-se em fonte de renda complementar da(s) comunidade(s). Essa característica reforça que as áreas florestais são espaços sociais que proporcionam recursos alimentícios com valor econômico para a comunidade de agricultores/extrativistas. Contudo, o afastamento da mata das vicinais, locais de moradia citados pelos interlocutores, suscitou adaptações destes à nova realidade. As práticas socioculturais têm sido alteradas em razão da devastação ambiental, por meio da introdução de veículos motorizados para o transporte da castanha, além da dinâmica de trabalho nas áreas de mata com a presença de toda a família, o que não ocorre mais. Ademais, foi constatado que o envelhecimento, a variação na produtividade e as outras oportunidades de ganhos financeiros levam à desistência do extrativismo e às perdas culturais, especialmente pelo avanço do desmatamento nos ambientes de florestas nativas, decorrente de atividades agropecuárias com prejuízos para a produção da castanha.

Biografia do Autor

Arlene Oliveira Souza, Universidade Federal de Roraima-UFRR

Professora Adjunta de Biologia no Curso de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), onde também é professora permanente no Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (PRONAT). É licenciada em Ciências Biológicas e Mestre em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). É Doutora em Biodiversidade e Biotecnologia pela Universidade Estadual do Amazonas-UEA e cursou o pós-doutorado em Ecologia e Conservação na Universidade Estadual da Paraíba-UEPB. Atualmente, é líder do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar Natureza, Educação e Cultura (GPINEC/UFRR). Atua nas áreas: Ecologia, Biologia, Etnoecologia. Orienta e tem interesse em estudos voltados a compreensão e valorização do conhecimento tradicional, conservação da natureza, relação de pessoas com os recursos naturais e conexões entre Etnobiologia e Educação. 

, Universidade Federal de Roraima-UFRR

Professora Adjunta de História, no curso de licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), onde também é professora permanente no Mestrado Profissional em Ensino de História (PROFHISTÓRIA). É professora permanente no Programa de Pós-graduação em História (PPGHIST) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA). Possui licenciatura em História pela Universidade Estadual de Roraima (UERR) é bacharelado em Ciências Sociais/Habilitação em Sociologia pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). Atualmente, cursa Licenciatura em Sociologia (UNINTER) e a Especialização em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Possui mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). É doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também realizou o pós-doutorado em Sociologia no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS). Atualmente, é vice-líder do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar Natureza, Educação e Cultura (GPINEC/UFRR). Exerceu atividades de colaboração técnica a pesquisa Fronteiras do Brasil: uma avaliação de política pública, desenvolvida na Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais (DIRUR) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Foi coordenadora do curso de Licenciatura em Educação do Campo/UFRR (2016-2018) e, atualmente, é coordenadora do referido curso. Foi vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação Profissional em Ensino de História (PROFHISTÓRIA/UFRR) (2023-2025). Foi coordenadora pedagógica do curso de Licenciatura em Educação do Campo/UFRR (Ciências Humanas e Sociais - CHS) (2023-2024). Tem experiência na área de História, Sociologia, Educação do Campo, Educação Indígena, Antropologia e Metodologia Científica em Ciências Sociais. Pesquisa, principalmente, os seguintes temas: Migração Internacional, Fronteira, Educação e Gênero. 

Sergio de Faria Lopes, Universidade Estadual da Paraíba-UEPB

Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU; 2001), Graduação em Filosofia pela Universidade Estadual da Paraíba (2023); Mestrado em Ecologia e Conservação pela UFU (2004); Mestrado em Psicologia pela UEPB (2025) e Doutorado em Ecologia e Conservação pela UFU (2010). Realizou estágio pós-doutoral na mesma instituição (PNPD/CNPq; 2012). É professor Associado do Departamento de Biologia da UEPB. É Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação (UEPB) e membro efetivo da Pós-graduação em Ciências Agrárias (UEPB/EMBRAPA). É coordenador do Laboratório de Ecologia Vegetal Integrativa - LEVIN (UEPB). Pesquisador integrante de vários grupos de pesquisa do CNPq no estado Paraíba e líder do grupo de pesquisa (CNPq) Caatinga em pé: Núcleo de Pesquisa e Extensão em Ecologia e Conservação da Caatinga. Sua atuação como pesquisador concentra-se no entendimento dos padrões de distribuição espacial e temporal de populações e comunidades vegetais em seus processos associados (ecológicos e filogenéticos), que englobam aspectos biogeográficos e de estratégias adaptativas e funcionais. Tem experiência na área de Ecologia Vegetal, com ênfase em Ecologia de Florestas Secas (Caatinga). Também realiza estudos na área de Etnobotânica, Agroecologia e Ecologia Humana, que envolve pesquisas sobre as relações ser humano-natureza-conservação, como em Ética Ambiental, Ecosofia e Ecopsicologia. Coordena o Projeto de Extensão de Divulgação Científica - Ecoando Ciência (desde de 2019), que tem por objetivo divulgar as pesquisas realizadas no laboratório e temáticas afins sobre ecologia e conservação da Caatinga. Também coordena o Projeto de Extensão: Quintal Produtivo como modelo didático para agricultura urbana e periurbana. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-6472-6765

Hélio José Souza Araújo, Universidade Federal de Roraima-UFRR

Pós graduando em Gestão de Serviços em Negócios de Alimentação Senac/SP (2025). Possui graduação em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Roraima (2010) e nível superior em Gastronomia pelo Instituto Argentino de Gastronomia (IAG) (2012). Consultor em serviços de Alimentos e Bebidas (AB).

Tathyna Rodrigues Soares, Universidade Federal de Roraima-UFRR

Possui graduação em Educação do Campo - Ciências da Natureza e Matemática pela Universidade Federal de Roraima(2018), especialização em Educação Especial e Inclusiva pela FACULDADE UNINA(2023), especialização em MATEMÁTICA E BIOLOGIA pelo INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DA REGIÃO SERRANA LTDA(2021), especialização em Alfabetização e Letramento pela FACULDADE UNINA(2021), especialização em PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL pela FAVENI-FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE(2024) e ensino-medio-segundo-graupela Escola Estadual Clovis da Costa(2011).

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Publicado

2025-10-10

Edição

Seção

Artigos