Da prática da denúncia à emergência de uma pedagogia do olhar: uma breve genealogia sobre a hermenêutica no cinema

Fábio de Godoy Del Picchia Zanoni

Resumo


A contrapelo das origens nobres que o campo cinematográfico tende a atribuir a si, a presente argumentação teve início não com uma reflexão em torno de práticas culturais atemporais que exibiriam em germe o devir do cinema, mas com a análise de certas práticas médicas e jurídicas inventadas no século XVIII e XIX. Ao tornar patente que o modo de avaliar um filme não nasceu no interior do que hoje entendemos como campo cinematográfico, abrimos o caminho para verificar como as práticas atinentes ao cinema possuem uma proveniência não cinematográfica. É a partir da entrada em cena das práticas do denuncismo e do julgamento que saltamos da ênfase na hermenêutica sobre os filmes rumo à análise das condições de possibilidade de tais modos de descrição dos afazeres cinematográficos. Em suma, trata-se de tentar analisar a imbricação entre o campo cinematográfico e o campo pedagógico à luz do conceito de biopoder, entendido, aqui, como um dispositivo de controle social que pretende zelar pela regulação dos jogos de verdade no interior das práticas sociais, em geral, e das práticas cinematográficas, em particular.


Palavras-chave


Cinema; Direito; Medicina; Denuncismo; Julgamento; Biopoder

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DOI: https://doi.org/10.18468/pracs.2019v12n1.p77-92

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