Educação ambiental e paradigma da complexidade: aproximações entre ciências naturais e ciências humanas

Adriana Massaê Kataoka, Maria Manuela Morais

Resumo


Nos últimos anos a educação ambiental (EA) tem se firmado como um campo do conhecimento e de pesquisa que agrega contribuições de diferentes epistemologias. O conceito de EA surge por volta da década de setenta, inserido num contexto de lutas sociais ou direitos fundamentais. Posteriormente assume um caráter ambiental, marcado por uma visão naturalista, adotando concepções da biologia, numa atitude ecocêntrica, preocupada com a conservação dos ecossistemas e da biodiversidade, afastando-se do contexto social. Após 2004 começam a surgir as primeiras críticas a esta abordagem conceitual, e a EA  passa a ser reconhecida como “Educação”, integrando a dimensão humana, em seus aspectos sociais, políticos e econômicos. Consideramos que nesta caminhada a EA ampliou a capacidade de compreensão das múltiplas interações entre sociedade e ambiente, se posicionando de forma privilegiada para enfrentamento da crise socioambiental, na busca da transformação da relação sociedade e natureza. Todavia, como um pêndulo, a EA saiu de um extremo, ou seja, das abordagens que privilegiam o olhar das ciências naturais para o das ciências humanas, frequentemente carentes de informações específicas que permitam a compreensão dos fenômenos naturais. Considerando todo este percurso, propomos fazer uma reflexão inspirada em Morin que defende a humanização das ciências naturais e a naturalização das ciências sociais. Essa perspectiva epistemológica pode contribuir para a inserção transversal da EA no âmbito do ensino formal, quiçá do ensino superior, contribuindo na construção do conhecimento transdisciplinar envolvendo o indivíduo, a sociedade e a natureza, como um só elemento de reflexão.


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DOI: https://doi.org/10.18468/pracs.2018v11n2.p53-65

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