Corpos autistas: perceptos e movimentos de professores que ensinam ciências

Alexandre Luiz Polizel, Moises Alves de Oliveira

Resumo


Objetiva-se levantar considerações acerca dos perceptos e deslocamentos nas movimentações educacionais de professores que lecionam ciências em seus encontros com corpos autistas em sala de aula. Para isto, utiliza-se de pesquisa qualitativa de cunho interpretativo, utilizando questionário online contento quatro questões dissertativas, divulgado em dois grupos da rede social facebook: “Professores PSS Paraná” e “Pibid”. Divulgação realizada semanalmente nos meses de dezembro de 2017 e janeiro de 2018, direcionado a professores que tiveram experiências com corpos localizados em Transtorno do Espectro Autista (TEA) e que ensinassem ciências. Para análise das considerações foi realizada analise de discurso com inspirações nas contribuições de Michel Foucault. A apresentação dos resultados deu-se em dois eixos: a) Os perceptos de professores que ensinam ciências sobre corpos em TEA e, b) movimentações educacionais de professores que lecionam ciências no contato com corpos em TEA. Evidenciou-se que os professores identificavam os corpos em TEA como 1) uma ausência, dificuldade ou patologia em relação a um quadro de normalidade, 2) um excesso de sensibilidade nas relações em relação a um quadro de normalidade, 3) um modo de existir outro e 4) um corpo em TEA acompanhado de um corpo de uma professora de apoio. Vê-se também movimentações educacionais afim de potencializar o processo educativo-disciplinatório de modo a incluir os corpos em TEA no processo de normalização, movimentos que envolvem um olhar de diagnose constante a própria prática docente, envolvendo busca de saberes, adaptações espaciais e um redirecionamento do olhar.


Palavras-chave


Ensino de Ciências. Transtorno do Espectro Autista, Disciplina. Biopolítica

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DOI: https://doi.org/10.18468/pracs.2019v12n1.p23-38

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