A AÇÃO COLETIVA NA COGESTÃO DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS E RECURSOS NATURAIS DE USO COLETIVO NA RESERVA EXTRATIVISTA DO RIO CAJARI

José Newton Costa

Resumo


O artigo analisa a ação coletiva na cogestão dos espaços territoriais e dos recursos naturais de uso coletivo na Reserva Extrativista do Rio Cajari. A área objeto da pesquisa é a Reserva Extrativista do Rio Cajari, na região sul do Estado do Amapá. Adotou-se uma abordagem qualitativa. As informações necessárias para a descrição do presente trabalho foram colhidas em entrevistas com moradores e antigos técnicos do CNPT/IBAMA, durante nossa atuação como analista ambiental do IBAMA/AMAPÁ na RESEX-CA, assim como em alguns trabalhos já realizados por pesquisadores na RESEX-CA. Os resultados demonstraram que, inicialmente, a ASTEX-CA respondia pela gestão de toda a Reserva. Posteriormente foram criadas mais duas associações de moradores e trabalhadores, duas cooperativas de produtores/trabalhadores e duas associações de mulheres da RESEX-CA, que também fazem parte do Conselho Deliberativo (CD), que é a instância máxima de gestão da RESEX-CA. Durante as reuniões do CD, podem-se observar mais claramente as disputas pelo poder. Algumas entidades representativas chegam a articular com outras de fora da RESEX-CA, no sentido de fazer valer suas posições e seus interesses. Conclui-se que a cogestão de uma área protegida, por meio de ação coletiva por via de instituições comunitárias e governamentais, é certamente o aspecto mais complexo da experiência de implantação das Resex. A criação das Resex constitui uma forte inovação institucional em nosso país. Longe de ser a solução final, impõe imensos desafios aos responsáveis pela gestão das áreas coletivas de conservação


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