Sobre a possibilidade de superação de dualismos: o caso da filosofia ciborgue.
Resumo
O texto reflete sobre a seguinte questão: seria a filosofia ciborgue capaz de superar as categorias epistemológicas formadas pelo dualismo entre o natural e o artificial? O ciborgue, enquanto imagem ou metáfora, representa materialmente a hibridização entre organismo e máquina, estendendo as reflexões da epistemologia e história das ciências e técnicas para além da análise do passado e das experiências no presente, e, via prospecção, permite imaginar outros mundos e experiências possÃveis. Além disso, os ciborgues representam criaturas da ficção e da realidade, com tecnologias que aproximam máquinas em seres vivos, fazendo-nos questionar sobre a separação entre natureza e cultura. Soma-se a isto a história recente que identifica, ao menos desde o final da Segunda Guerra Mundial, um novo regime de saber conformado pelos diferentes programas de convergência nas tecnociências. Para analisar a instabilidade das categorias natural e artificial, como visto na interface de organismos e máquinas, as epistemologias feministas colaboram para saberes e práticas sensÃveis aos contextos. Considerando não apenas a relevância da teoria do ponto de vista situado, mas também o desdobramento de outras possibilidades neste contexto, para que as epistemologias feministas contribuam para a manutenção de posturas de resistência neste mundo tecnologicamente informado, no qual as tecnologias tornaram-se autônomas e as identidades fragmentadas, ressaltando a ancoragem que o feminismo mantém com a rejeição de práticas sociais e históricas de dominação.
Palavras-chave
ciborgue; tecnociências; epistemologia feminista
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PDFDOI: https://doi.org/10.18468/pracs.2023v16n1.p%25p
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