A Epistemologia à Nu
Resumo
Nosso objetivo é o de compreender como chegamos a nos tornar esses intelectuais que somos, consumidores e reprodutores de teorias importadas das universidades europeias e norte-americanas, e, de que modo o privilégio epistêmico resguardado a um grupo limitado de pensadores oriundos de paÃses hegemônicos foi sendo construÃdo ao longo do processo modernidade/colonialidade. Esses desajustes e incoerências estão âsolidamenteâ justificados em estruturas de conhecimento que são epistemicamente racistas e sexistas. Para entender, e, então, desnaturalizar, essa relação de âsuperioridade/ inferioridadeâ epistêmica é fundamental que tenhamos em mente os processos históricos mundiais que produziram essas estruturas de conhecimento fundadas no racismo e no sexismo. Mesmo diante de um verdadeiro monopólio do conhecimento advindo do Norte Global, aceito por uma grande parcela da intelectualidade situada em um Sul Global, se concordamos que a teoria emerge da realidade, ou seja, é uma conceitualização de experiências sociais e históricas, portanto dependente das visões de mundo e sensibilidade de seus formuladores, então poderÃamos concluir que currÃculos baseados em experiências localizadas nas experiências de autores de apenas cinco paÃses (França, EUA, Alemanha, Inglaterra, Itália) é um currÃculo provinciano. Ocorre, porém, que nem todos pensam assim. Ao contrário, o conhecimento produzido pelos autores desses cinco paÃses é investido de tal universalidade que não se reconhece que essa limitação geográfica seja um problema, seja um sinal de provincialismo. Como chegamos a essa situação? Por que nós, intelectuais de universidades do Sul-Global, aceitamos passivamente essa opressão epistêmica, esse colonialismo do conhecimento? Para entender, e, então, desnaturalizar, essa relação de âsuperioridade/ inferioridadeâ epistêmica é fundamental que tenhamos em mente os processos históricos mundiais que produziram essas estruturas de conhecimento fundadas no racismo e no sexismo.
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Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.18468/pracs.2023v16n1.p%25p
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