Trotula de Ruggiero: Corp(u)s epistêmicos e a destreza do esquecimento
Resumo
No que se segue, eu gostaria de aventar um caminho interpretativo possÃvel a partir de algumas perspectivas em epistemologias feministas e propor a compreensão de que a história textual moderna em torno de Trotula de Ruggiero reitera os procedimentos de exclusão que estão em curso de modo exacerbado pela imposição patriarcal-capitalista e que compõem um amplo espectro de estratégias de apagamento, silenciamento e sujeição das mulheres e que passa pelo disciplinamento (de fato, mas conceitual, também) de seus corpos. Despojar as mulheres de qualquer possibilidade de conhecimento cientÃfico é parte imprescindÃvel destas estratégias, e embora a Modernidade já não faça uso destas obras médicas como o fez o Medievo â já que o conceito de âcorpoâ tal como presente em Trotula e em outras obras de mulheres medievais é simplesmente incompatÃvel com as modernas noções normativas de âcorporeidadeâ â conceder-lhe uma autoria feminina seria um movimento avesso à generalização de menoridade intelectual das mulheres.
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PDFDOI: https://doi.org/10.18468/pracs.2023v16n1.p%25p
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