A gênese da eugenia e algumas reflexões contemporâneas

Maria Eneida de Almeida

Resumo


RESUMO: Este artigo destina-se a compreender as condições históricas da emergência da eugenia original, consolidada pela sociedade do século XIX, com um papel relevante na estruturação do Estado moderno capitalista, quando passou a ser uma ideologia individual, social, nacional, ocidental e científica. No século oitocentista, as relações de poder entre sociedade, Estado e ciência e os impactos na vida social e individual moldaram um mundo sob novos padrões baseados no paradigma social-darwinista, em um momento da história que se moldava um novo mundo e uma nova sociedade. Para esta pesquisa foi utilizado o método genealógico de Foucault, onde o saber é uma peça do mecanismo das relações de poder de uma sociedade e o corpo é um instrumento de dominação, e o sentido histórico dá a possibilidade de discriminar e delimitar os fatos originais da época em estudo. É com esta forma de olhar que buscamos esclarecer a emergência da eugenia no século XIX, sob uma ideia, palavra, conceito, ideologia e, ao final, a legitimidade da ciência eugênica. As considerações finais sublinham que entender a gênese da eugenia é essencial para se observar sua recorrência na contemporaneidade, visto que vivemos uma re-emergência eugênica – a nova eugenia, frente aos avanços da biotecnologia que busca possibilitar a longevidade, a cura para inúmeras doenças e, no limite, a “perfeição” humana, há séculos acalentada pela humanidade. Diante deste fato, o debate de grandes pensadores da biotecnologia contemporânea aponta algumas contradições inerentes a este processo.

Palavras-chave


Eugenia. Biotecnologia. Nova eugenia.

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DOI: https://doi.org/10.18468/pracs.2019v12n1.p183-197

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