Processos Morfofonológicos em Mẽbêngôkre

Edson Freitas Gomes

Resumo


O objetivo deste artigo é apresentar e discutir alguns processos morfofonológicos que ocorrem em Mẽbêngôkre, envolvendo a sonorização das oclusivas surdas /p/, /t/ e /k/ em coda silábica, com apoio na Teoria da Otimalidade (PRINCE; SMOLENSKY, 1993), na Morfologia Prosódica (McCARTHY; PRINCE, 1993) e na Geometria de Traços (CLEMENTS; HUME, 1995). Os dados são provenientes de pesquisa de campo, obtidos por meio de gravações com três consultores indígenas da aldeia Moxkàràkô, localizada no município de São Félix do Xingu (PA) e foram transcritos no programa Transcriber. Posteriormente, foram selecionados os exemplos para o artigo, com a seguinte distribuição: Quatro ocorrências com a oclusiva surda [p]: seguida pela bilabial [m], pela palatal [ɲ], pela velar [ƞ] e pela alveolar [ɾ], em que [p] sonorizou em [m]. Quatro ocorrências com a oclusiva surda [t]: seguida pela bilabial [m], pela palatal [ɲ], pela velar [ƞ], e pela alveolar [ɾ], em que [t] sonorizou em [n]. Foram identificados também três ocorrências da oclusiva surda [k]: seguida pela nasal [m], em que [k] sonorizou em [m], seguida pela palatal [ɲ], em que [k] sonorizou em [ɲ] e, seguida pela velar [ŋ], em que [k] sonorizou em [ŋ]. A sonorização dos segmentos [p] → [m], [t] → [n] e [k] → [ɲ] serão mostrados em forma de árvore após a descrição destas ocorrências. Concluiu-se que a sonorização de oclusivas surdas em coda sofre influência tanto da vogal do núcleo da sílaba, quanto da consoante inicial da palavra subsequente.


Palavras-chave


Mẽbêngôkre; Oclusivas sonoras; Oclusivas surdas; Vozeamento.

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DOI: https://doi.org/10.18468/rbli.2020v3n2.p140-155

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