Situação Sociolinguística dos Munduruku Residentes em Santarém/Pará

Denize de Souza Carneiro, Márcio Gean Cardoso Batista

Resumo


Neste trabalho, apresentamos os resultados de uma pesquisa sobre o nível de bilinguismo e a atitude linguística dos Munduruku que migraram para Santarém/PA, bem como sobre o valor funcional das línguas que constituem seu repertório. O estudo foi realizado a partir das reflexões teóricas da Sociolinguística Qualitativa, com base em De Heredia (1989), que trata do bilinguismo como habilidade individual, e em Fishman (1971, 1974), que trata da questão do bilinguismo do ponto de vista social. Os dados que serviram de base para a análise foram obtidos por meio de entrevistas junto a 27 membros do povo em estudo. Os resultados mostram que os Munduruku possuem duas línguas em seu repertório, cuja situação linguística distingue-se de região para região do rio Tapajós, de onde são originários, apresentando a seguinte configuração: 59,26% dos indígenas são monolíngues em português e 40,74% apresentam bilinguismo em Munduruku-português. Tais dados mostram, também, que as funções das duas línguas já não estão bem definidas e uma delas começa a sobrepor-se à outra.


Palavras-chave


Sociolinguística qualitativa; Língua Munduruku; Bilinguismo; Valor funcional.

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DOI: https://doi.org/10.18468/rbli.2020v3n2.p123-139

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