Documentação linguística na Amazônia: abordagens e métodos

Glauber Romling da Silva

Resumo


Este artigo tem por objetivo apresentar um panorama da área da Documentação Linguística a partir de experiências recentes na Amazônia brasileira. Primeiramente, traçamos um breve histórico da área. A partir disso, refletimos sobre o seu atual estado da arte e extraímos alguns conceitos básicos que devem nortear um projeto de documentação linguística de êxito (a dupla necessidade, o triplo impacto e os quatro princípios de um corpus). Adiante, apresentamos os resultados de um projeto de documentação desenvolvido com a língua Paresi-Haliti, que exemplificam esses conceitos, e descrevemos os pontos importantes de sua execução. Nesse breve estudo de caso, destacamos a abordagem participativa e autônoma, que busca envolver o máximo de agentes das comunidades afetadas como protagonistas no processo de documentação. Essa abordagem é ajustada a um fluxo de trabalho eficiente, que envolve a utilização de ferramentas digitais de documentação linguística. Para isso, projetos dessa natureza devem inserir em suas agendas o treinamento e a formação de pesquisadores indígenas em métodos e técnicas de documentação linguística, para que, assim, possam prosseguir com ações de documentação após a finalização dos projetos. Concluímos com uma reflexão sobre os principais desafios de base que envolvem a Documentação Linguística, em três eixos: (i) diretrizes éticas sobre materiais culturalmente relevantes, (ii) como torná-la, de fato, emancipadora e (iii) como tornar o processo de documentação tecnicamente eficiente.

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DOI: https://doi.org/10.18468/rbli.2018v1n1.p23-45

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