Modos de negar em Wapichana

Renato Miguel Basso, Marcelo Giovannetti

Resumo


A negação é uma característica básica de toda língua natural, e sua compreensão é fundamental para lidarmos com sentenças falsas ou contraditórias, resultantes da aplicação do operador de negação a uma sentença. Em semântica e pragmática formal, estudar a negação é também interessante por destacar sua interação com outros operadores como quantificadores e modalizadores. Neste artigo, analisaremos a negação em Wapichana, uma língua indígena brasileira, da família Arawak, falada em Roraima, na Venezuela e na Guiana, tomando como aporte teórico a Semântica Formal. Dividimos este artigo do seguinte modo: na primeira seção, faremos uma tipologia mínima sobre a negação nas línguas naturais; na sequência, caracterizaremos a língua Wapichana entre as línguas naturais, discutindo questões relacionadas à sua tipologia. Na seção 3, passaremos à discussão sobre a negação nessa língua, abordando, nas subseções de 3.1 a 3.4, alguns de seus diferentes aspectos, quais sejam, a diferença entre as negações realizadas por “auna’a” e “auna’a naa”; a especificidade da forma “manaa” para a realização da negação no imperativo; o prefixo “may-“, como uma forma presa responsável pela negação de certos substantivos e adjetivos; e, por fim, uma discussão sobre a contribuição da forma “naa” no que chamamos de “negação pressuposicional”.


Palavras-chave


Negation; Presupposition; Wapichana

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DOI: https://doi.org/10.18468/rbli.2018v1n1.p79-101

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