33 anos de lume, passando por Ilinx

Suzi Frankl Sperber

Resumo


Estamos no fim do ano de 2018. O Lume já completou 33 anos de existência! Neste período houve a gestação do trabalho com o corpo do ator no Brasil, com e no Lume, a partir de hipóteses e repertório coligidos por Luís Otávio Burnier e experimentados inicialmente por Carlos Simioni, e pouco depois por Ricardo Puccetti. Foi a busca de uma linguagem. Os dois ou três anos iniciais foram de algo como “a despersonalização da mudez” da qual fala Clarice Lispector, já que havia alguns pressupostos, mas além disto uma ao mesmo tempo frenética e paciente busca de expressão – muda – do corpo pessoal, com a finalidade de atingir aspectos gerais, universais. Nos dez anos iniciais do Lume houve a criação de um vocabulário de ações físicas, uma reflexão sobre o cômico, sobre a contribuição e valorização do cotidiano, o caminho para uma dança pessoal que, com ou sem conhecimento do caminho inverso que vinha sendo feito, por exemplo, por Pina Bausch, estava sendo feito pelo Lume: o caminho do apagamento dos limites entre dança e teatro. Não creio que seja excessivo reconhecer que Luís Otávio Burnier, o fundador do Lume, fez para o teatro, no Brasil, para o Brasil e para fora dele, aquilo que um Meyerhold, que um Stanislavski, que um Grotowski, Eugenio Barba fizeram para o teatro em suas terras, projetando-se para o mundo. Costumamos, nós, brasileiros, valorizar muito o que vem de fora. Eu, uma típica brasileira chamada SFS, reconheçoem Luís Otávioum valor paralelo ao dos grandes teorizadores do teatro. Aliás, trabalho realizado por ele em apenas dez anos, infelizmente – e felizmente. Porque foi uma vida breve. E parte fundamental deste trabalho consistiu na formação de um grupo de atores. São eles, além de Carlos Simioni e Ricardo Puccetti, já mencionados, Renato Ferracini, Jesser Sebastião de Souza, Ana Cristina Colla, Raquel ScottiHirson e Naomi Silman. Só sete atores.


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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2018v8n4.p241-243

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