NAS TRAMAS DA TEIA, A SURPRESA DAS NOTAS

Alexandre da Silva Zanella, Vanise Medeiros

Resumo


Com este artigo, tomamos como objeto de reflexão o livro O beijo da mulher aranha, de Manuel Puig, de 1976. Tal romance porta oito longas notas ao pé de rodapé que dão a saber da homossexualidade. Trazendo várias referências – do discurso psicanalítico, médico, religioso, sociológico, antropológico, entre outras – as notas, neste romance estruturado como um diálogo, se fazem sobre falas e sobre silêncio. Em nosso gesto de análise, de base discursiva, perseguimos o batimento entre narrativa e notas de rodapé. O romance delas não abre mão: elas não são nem apêndices nem excesso. Fazem parte da narrativa no jogo ilusório de um discurso-outro à parte. Pontuam a narrativa, põem em suspensão dizeres sobre a (homo)sexualidade e  fazem retornar ao texto de um outro lugar. São notas que denunciam, desestabilizam, resistem; interpelam e subvertem. São notas que abrem veredas que tentamos seguir. 


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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2017v7n1.p11-31

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