DO COSMOPOLITISMO AO COMPROMISSO ÉTICO: O EXÍLIO NA FICÇÃO DE ANTONIO MUÑOZ MOLINA

Ana Paula de Souza

Resumo


Para Edward Said (2003, p. 46), o exílio é um tema recorrente na cultura moderna ocidental. Antonio Muñoz Molina (Úbeda, Espanha, 1956) não é um escritor exilado, mas o exílio, nos seus mais diversos desdobramentos, é uma constante em sua ficção. Este artigo tem por objetivo mostrar como nos romances Beatus Ille, El invierno en Lisboa, Beltenebros, El jinete polaco e La noche de los tiempos, o autor provoca reflexões sobre o fenômeno psicossocial do exílio, abordando-o sob as mais diversas perspectivas: a negação da nacionalidade e a opção voluntária pelo exílio; o sentir-se eterno apátrida; o dilema da vida mantida em suspenso no entre lugar; o sentir-se acolhido na pátria em que se descobre o amor; o desejo de ser eterno estrangeiro e a constatação da impossibilidade de sê-lo; a contradição de se reconhecer estrangeiro no próprio país ante o esfacelamento da unidade nacional em identidades regionais. Após essa introdução panorâmica, este trabalho enfocará mais detidamente o romance Sefarad, uma obra construída a partir da memória dos exilados, na qual Muñoz Molina não apenas propõe reflexões sobre o exílio como fenômeno social resultante das experiências traumáticas do século XX, como também transforma o conceito em uma metáfora para representar outros dramas do homem contemporâneo. 


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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2016v6n1.p13-28

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