O filho pródigo: migração e identidade em Essa Terra, de Antônio Torres

Lucas Mateus Mariz de Andrade, André Tessaro Pelinser

Resumo


Na crítica literária brasileira, o regionalismo tem sido visto como símbolo de passadismo, pitoresco, ruralismo, inferioridade. O emprego, por parte dos autores, de temas, imagens e motivos regionais tem sido associado a uma visão negativa sobre a qualidade da obra, tornando-a incompatível com a ideia – por si só problemática – de “universal”. A percepção do regionalismo como literatura de baixa qualidade se perpetuou ao longo do tempo e tem feito com que autores contemporâneos cujas obrasse filiam à tradição regionalista neguemesta designação. O objetivo deste trabalho é identificar como essa problemática se relaciona à criação literária de um desses autores, Antônio Torres, verificando como se manifestam elementos do regionalismo em Essa terra, de 1976. Para tanto, analisamos como a obra apresentao contraste entre centro e periferia, evidenciado pela polarização entre campo e cidade, e buscamos compreender como esses aspectosse relacionam às ideias de migração, identidade e pertencimento. Além disso, a forma como o próprio autor lida com a afirmação ou a negação do regionalismo presente em seus livros também faz parte desta análise, a partir do exame de entrevistas concedidas pelo autor sobre o tema.

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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2019v9n2.p201-210

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