LICENCIAMENTO DE DUPLOS SUJEITOS EM VARIEDADES DO PORTUGUÊS: PESSOA, DEFINITUDE E ESTRUTURA DE TRAÇOS

Claudia Roberta Tavares Silva, Danniel da Silva Carvalho, Fernanda Maciel Ziober

Resumo


Este artigo, inserido no âmbito da sintaxe comparativa, estabelece uma comparação entre variedades do português, a saber: o português europeu (PE), o português brasileiro (PB), o português de Moçambique (PM), de Angola (PA), de Guiné-Bissau (PGB), de São Tomé e Príncipe (PST) e de Cabo Verde (PCV), centrando a atenção no licenciamento de duplos sujeitos (DSs). Para tanto, o corpus da pesquisa constitui-se de contextos declarativos finitos extraídos de entrevistas informais. Estudos têm revelado que em PB predominam DSs com o traço de 3ª pessoa, ao contrário de outras línguas, como é o caso do crioulo caboverdiano e do Santome cuja predominância é da 1ª pessoa do singular. Visando estabelecer o estudo interlinguístico proposto, abordamos os traços de pessoa e de definitude e propomos uma reinterpretação de uma geometria de traços que culmina em uma hierarquia interna aos pronomes relevante para sua realização morfológica e para a sintaxe. Com base nesse modelo, propomos a inclusão do traço pessoa (a saber, [π]) considerado empiricamente necessário, o que implica considerarmos de que esse traço é inerente ao pronome e não ao verbo. Retomando também a proposta de composição de traços e observando os traços relevantes para a valoração de pessoa, levantamos como hipótese que entre o PB e as demais variedades do português, diferentes subespecificações de traços de pessoa estão envolvidas nas estruturas de DSs entendidas como estruturas tópicas que possuem um pronome resumptivo na posição do sujeito movido.

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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2017v7n2.p91-116

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