A personagem Nina, de Lúcio Cardoso, no contexto de sua tradução para o cinema

Aila Maria Leite Sampaio

Resumo


O objetivo deste artigo é analisar a tradução da personagem Nina, do romance Crônica da casa assassinada(1959), de Lúcio Cardoso, para o filme Casa assassinada (1971), de Paulo César Saraceni. Utilizaremos como base teórica a concepção de adaptação fílmica como um tipo de reescritura, de André Lefevere (2007); leva-se em conta, pois, que o texto adaptado não é uma cópia do original, mas um novo texto. Assim, entendemos o processo como um dialogismo intertextual, considerando que todas as formas de texto são intersecções de outros textos (HUTCHEON, 2011). Os resultados da análise mostram que a maldade que se atribui a Nina, no romance, não pode ser vista como essencial, mas decorre da interpretação de seus atos pelo olhar dos outros; com o apagamento dessas vozes narrativas (FRIEDMAN, 2002), na obra fílmica, a personagem ganha mais espaço de subjetivação e o discurso sobre o mal atribuído a ela é suavizado, imprimindo na adaptação marcas da poética do diretor.

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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2018v8n3.p149-164

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