CINEMA E TEATRALIDADE: DESLOCAMENTO MÍTICO E RESSIGNIFICAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL NA MINISSÉRIE A PEDRA DO REINO

Yuri de Andrade Magalhães, Jerônimo Vieira de Lima Silva

Resumo


O presente artigo tem como objetivo analisar a utilização teatral do espaço-tempo na minissérie A Pedra do Reino, transmitida pela Rede Globo de Televisão em 2007, sob direção de Luiz Fernando Carvalho. Em sua adaptação do Romance d’A Pedra do Reino e o Principe do Sangue do Vai-e-Volta, de Ariano Suassuna, podemos observar que o diretor da minissérie se utiliza frequentemente de elementos simbólicos para a recriação da espacialidade nordestina, deixando-a transparecer sua teatralidade por meio de soluções cênicas a fim de representar a transição de tempo, uma vez que a estrutura textual in media res da obra original de Ariano Suassuna sugere uma fragmentação do tempo. A utilização desses elementos se dá através de uma intencional apropriação de diferentes matrizes estéticas, a saber: a nordestina, a árabe e a europeia medieval. Essa apropriação espacial também se estende para o campo da narrativa, pois podemos perceber citações indiretas a tragédias e epopeias clássicas que, mescladas com a lenda do rei Dom Sebastião e o ideal de um reino encantado da poesia, viabilizam esse deslocamento mítico de várias vertentes para o sertão do nordeste brasileiro.


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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2016v6n1.p90-100

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