Mia Couto: justiça e vida nua em O Último Voo do Flamingo

José Paulo Cruz Pereira

Resumo


A minha leitura segue o desafio com que o leitor é confrontado, posto diante de uma espécie de enigma, logo no início do romance: «os soldados [da ONU] morreram? Foram mortos?» Em busca de uma resposta, pondera aquelas questões que dizem respeito aos problemas da morte e da vida, da violência e da justiça, tal como elas são colocados no mundo ficcional de Tizangara. Compre-ende-as, então, com base nas posições contidas em «Sobre uma crítica do poder como violência», de Walter Benjamin e nos pensamentos, quer de Emmanuel Lévinas, quer de Jacques Derrida. Reconsiderando, também, a bibliografia crítica existente sobre o romance de Mia Couto, esta leitura do romance oferece igualmente uma nova forma de entender as mortes de Tizangara, discernindo, no discurso do padre Muhando e nos do círculo das suas amizades mais próximas, as de Zeca Andorinho e de Sulplício, os pressupostos transformados de uma certa leitura da bíblia que nos ajuda a entender a aleoria trágica do final do romance.


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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2018v8n4.p97-114

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