A família nuclear burguesa e a ressignificação do feminino no Brasil do século XIX: um estudo a partir do romance Senhora

Daniele Ribeiro de Faria

Resumo


Como parte das transformações sociais, políticas e econômicas ocorridas no século XIX, uma nova configuração familiar passa a vigorar na sociedade, redefinindo principalmente o papel feminino no seio doméstico. E é nesse cenário que o escritor José de Alencar vai escrever, como parte de seu projeto literário, o romance Senhora, cuja personagem-protagonista, Aurélia Camargo, incorporou a figura da heroína romântica, idealizada pelo autor a partir dos padrões sociais vigentes. Tal como a literatura, outros enunciados foram postos em circulação para legitimar a hegemonia dos valores burgueses, além de desencadear uma crescente regulação da sexualidade dos sujeitos, alterando significativamente os costumes da época. Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo analisar a representação do feminino presente no romance alencariano, sem deixar de contextualizar as construções discursivas que circulavam na nossa sociedade, bem como as relações de gênero e sexualidade que foram sendo estabelecidas no período considerado.


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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2017v7n4.p31-57

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