Da ordem do corpo ao corpo sem órgãos em Ciranda de pedra de Lygia Fagundes Telles

Roniê Rodrigues da Silva, Licilange Gomes Alves

Resumo



Este artigo tem como objetivo desenvolver uma análise do romance Ciranda de Pedra sob o prisma do conceito de Corpo sem Órgão (CsO), revisitado por Gilles Deleuze e Félix Guattari, cuja obra permite-nos pensar de forma muito ampla sem perder a essência filosófica. Na ocasião, debatemos também outros termos trabalhados pelos filósofos nos volumes de Mil Platôs – Capitalismo e esquizofrenia, como devir-mulher, espaço liso e estriado, territorialização, dentre outros. Nosso foco de investigação recairá na conduta da personagem Laura, mulher que atravessa vários estigmas de uma sociedade patriarcal, enfrentando dentro si o travamento de uma luta entre o seu corpo disciplinado, obediente às regras desse sistema, e o corpo que quer ser construído, o Corpo sem Órgão, subversivo ao disciplinamento. Embora seja possível encontrarmos muitas pesquisas no Brasil que explorem tais conceitos em vários campos do saber, na literatura, porém, a aplicação destes é ainda insuficiente. Assim, o presente trabalho, além de contribuir para a ampliação de tais discussões, configura-se como uma abordagem interdisciplinar por conciliar duas áreas do conhecimento, Literatura e Filosofia, refletindo sobre possibilidades de se criar estratégias para o enfrentamento às hegemonias vigentes no cenário contemporâneo.

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DOI: https://doi.org/10.18468/letras.2017v7n4.p199-222

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