A importância da tragédia na arte moderna

Felipe Sá Cavalcante Alves

Resumo


Pretendemos neste artigo analisar a relação entre tragédia antiga e moderna tal qual se apresenta na obra Ou-Ou, de Kierkegaard. Assim, analisando o conceito de tragédia na antiguidade e sua mudança na modernidade, afigura-se como problema mostrar de que maneira a reflexão acerca do trágico aponta uma condição para que a arte moderna tenha significado. Levando em conta, então, que a tragédia antiga é caracterizada pela ação no seio do Estado, da família e da religião e que, por outro lado, a tragédia moderna é determinada pela reflexão, procura-se mostrar que o pesar ligado à ação e suas consequências, torna-se angústia ligada à reflexão e à possibilidade de uma vida trágica. Para tal, primeiro analisa-se o conceito de tragédia antiga e moderna de acordo com o exposto por Hegel em seus Cursos de Estética, desse modo, pode-se melhor ver de que modo Kierkegaard se apropria do exposto por Hegel, mas também de que maneira diverge deste. Isto feito, será possível ver que enquanto Hegel vê na tragédia uma reconciliação das forças opostas, Kierkegaard acentua o caráter esteticamente ambíguo da mesma, afastando-se de qualquer reconciliação. E que, ao assim fazê-lo, indica que a arte moderna só ganha significado com o renascimento do trágico na modernidade.


Palavras-chave


Tragédia; Pesar; Angústia.

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DOI: https://doi.org/10.18468/if.2020v11n1.p117-127

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