Análise sobre a concepção de vida nua: por uma política vital

Enock da Silva Peixoto

Resumo


O texto a seguir é uma análise sobre a concepção de vida nua presente no livro Homo Sacer, o poder soberano e a vida nua I do filósofo italiano Giorgio Agamben.  Salientamos que o tema não se reduz a este livro sendo possível um entendimento mais preciso sobre o mesmo em obras posteriores, mas como se trata de um estudo introdutório, nos ateremos na obra supracitada conscientes de que o termo central “poder soberano e vida nua” não se restringe a este momento da construção filosófica de Agamben. O trabalho será desenvolvido em dois momentos, primeiro apresentaremos sinteticamente o conceito de vida nua para o pensador romano, considerando a sua leitura do termo a partir de Walter Benjamim. Destacaremos como o pensador italiano, parte do filósofo alemão, para desenvolver a concepção de homo sacer, situação na qual, o estado de exceção é sempre constante na modernidade; perpassaremos os seus estudos sobre o tema proposto, desde a Antiguidade até a sua expressão na política moderna. No segundo passo, vislumbramos mostrar como é possível extrair do estudo sobre a vida nua, uma possibilidade de repensar a função da política na vida atual. Embora já sejam de conhecimento geral, delinearemos algumas situações contemporâneas que são reflexo de uma política sustentada na concepção do homem como sacer, como corpos matáveis e sacrificáveis. Destacaremos a necessidade de reaproximação entre política e vida, considerando que o direito e política só têm valor se existirem para dignificar e qualificar a existência humana, que por si só, sem as interferências controladoras e ensimesmadas da vida pública institucional, já é bastante complexa de ser vivida.

Palavras-chave


política; vida nua; homo sacer

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DOI: https://doi.org/10.18468/if.2020v11n1.p93-104

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