O sentido táctil da existência humana

Cesar Augusto Mathias de Alencar, Raquel Damasceno

Resumo


Nossa cultura ocidental, desde a Grécia antiga, tem sustentado a primazia do visual e do olho como órgão de saber, de tal forma que o vocabulário utilizado ainda hoje para caracterizar o conhecimento deriva do repertório desenvolvido para descrever a visão e o olhar. Parte dessa primazia tem obscurecido a importância fundamental do processo simbólico da mente e de sua realização em diversas instituições humanas. Meu interesse geral, neste estudo, orienta-se pela indicação de que o processo simbólico, ao abarcar e transcender a atividade racional da mente, não pode se identificar com a imaginação em termos de mera criação de imagens, seja espontânea ou premeditada – porque a atividade criadora de símbolos exige a participação, não premeditada e sim espontânea, de todos os canais sensoriais de percepção. Meu interesse mais específico está em poder demonstrar em que medida o sentido do tato, por ser a mais fundamental das experiências sensoriais, tende a organizar nossa vivência do mundo e, desse modo, nossa criatividade simbólica, devendo ser compreendido como análogo ao destino humano de dar sentido à existência. Ambos os interesses são determinados pelo propósito de argumentar em favor do paradigma táctil como sendo mais adequado para representar a mente orientada pela condição existencial da vivência simbólica. Acredito, assim, oferecer uma compreensão da condição humana menos alienada pela noção visual e individual e mais afetiva e solidária a partir da realização de si como espaço de (con)vivência significativa.

Palavras-chave


Percepção, Tato, Imaginação, Sentido da vida

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