A presença de elementos míticos na filosofia de Empédocles

Nayra Sousa Barros, Rafael César Pitt

Resumo


O tema do presente artigo é a presença de elementos míticos na obra do pré-socrático Empédocles de Agrigento. O problema que nos dispomos a abordar é discutir a possibilidade de haver uma noção filosófica que tenha ao mesmo tempo significado mitológico e filosófico. Os objetivos foram num primeiro momento resgatar a figura do aedo a fim de mostrar a persistência de formas poéticas antigas na nascente filosofia. Em seguida, comparamos a teogonia de Hesíodo com a cosmologia empedocleana de forma a destacar a estrutura narrativa subjacente, isto é, o jogo de forças cósmicas personalizadas, assim como a concepção mítica da Idade de Ouro. E por fim discutimos os pontos de interseção entre práticas purificadoras presentes na poesia do agrigentino e preceitos religiosos derivados da tradição órfica. Nossa metodologia foi essencialmente bibliográfica ao apresentar vários estudiosos sobre os temas escolhidos. Nossos resultados indicam que a noção de daimon perpassa as três fontes referidas (Hesíodo, Empédocles e orfismo), de modo que sua abrangência elástica dialoga tanto com o mito quanto com a filosofia e a poesia. Concluímos que Empédocles inspirou-se nas antigas poesias hesiódicas e práticas órficas para realização e formação do seu pensamento apresentando, pois, alguns elementos míticos em sua filosofia.


Palavras-chave


Empédocles; Mito; Filosofia

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DOI: https://doi.org/10.18468/if.2020v11n1.p105-114

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