Sobre a questão arte e realidade: um elogio ao surrealismo

Marina Coelho Santos

Resumo


O fio condutor deste artigo consiste em abordar a relação filosófica entre arte e realidade e o modo como as vanguardas artísticas do século XX, em especial o surrealismo, colocam em questão essa dicotomia ao se perguntar pelo papel da arte ante a realidade e pôr em xeque os modelos de representação tradicionais. É nosso objetivo, em um primeiro momento, mediante revisão bibliográfica, expor o papel da arte ante a realidade de acordo com a tradição filosófica e os modelos de representação tradicionais e, em um segundo momento, analisar de que forma as vanguardas artísticas, em especial o surrealismo, subvertem esses modelos, partindo de estudos de filósofos da arte e da exemplaridade de algumas obras e manifestos europeus, mencionando também o caso brasileiro. Notamos, a partir destes dois momentos, que a ideia de realidade pode expressar tanto a realidade política, construída hierarquicamente aos moldes de uma tradição racionalista, moral e burguesa, quanto pode expressar o apagamento, pela arte, dos limites estabelecidos por essa realidade reificada para evocar uma realidade abscondita e primitiva, pertencente ao mesmo domínio subversivo da arte, como faz o surrealismo. Foi possível concluir que, se na tradição filosófica e nos modelos tradicionais de representação se estabelece, de modo geral, uma fissura entre o mundo da arte e o mundo real, em algumas manifestações vanguardistas, especialmente o surrealismo, visualiza-se uma tentativa de reunificação entre arte e realidade, assim como a própria noção de realidade é transformada. 


Palavras-chave


Arte, Realidade, Surrealismo

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DOI: https://doi.org/10.18468/if.2019v10n1.p153-164

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