O mais originário do Dasein: o lidar prático no mundo

Rafael Ribeiro Almeida

Resumo


Na década de 20 do século passado, época do aparecimento de Ser e tempo, Heidegger posiciona-se veementemente contra o modelo teórico-cognitivo de sujeito-objeto, problematizando, assim, a hegemonia da teoria do conhecimento na filosofia.Contra este paradigma, o filósofo alemão traz à tona um modo original de abordar a lida mais primária do Dasein no mundo, cuja primazia recai em um sentido prático, por assim dizer.Neste sentido, nosso objetivo reside em explicitar, a partir do pensamento heideggeriano, a relação mais primária que o Dasein estabelece com o mundo, a saber: uma relação de familiaridade prático-originária.Para tanto, investiga-se o pensamento de Martin Heidegger em sua primeira fase, notadamente a sua obra-mestra: Ser e tempo, de 1927.Na obra, o filósofo alemão explicita que o mundo que preliminarmente se apresenta ao Dasein e com o qual ele se relaciona não é de ordem teórica, no sentido de relação cognoscitiva, mas, isto sim: é o da práxis cotidiana, da postura prática, isto é, o mundo circundante, no qual o Dasein, enquanto ser-no-mundo de compreensão pré-teórica, dispensa a postura temática explícita como secundária – isto é, derivada, portanto, não fundamental da constituição humana.Neste sentido, nota-se que o ser-no-mundo, conforme indica Ser e tempo, consiste em um empenho prático, por isso mais originário, guiado por uma visão circundante que contempla a articulação de entes intramundanos os quais formam, no limite, um contexto no qual o mundo circundante se anuncia.


Palavras-chave


Ser-no-mundo; Mundo circundante; Compreensão.

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DOI: https://doi.org/10.18468/if.2019v10n1.p87-100

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