Os laços de compadrio como estratégia de resistência cotidiana entre os escravos do sertão do Piauí oitocentista

Joelma Santos da Silva

Resumo


Este artigo apresenta uma análise das redes das relações de compradrio estabelecidas pelos escravos do sertão do Piauí oitocentista. Com esta finalidade apresenta as redes de sociabilidade e solidariedade construídas entre escravos e livres, negros e brancos, homens e mulheres, como estratégias de resistência cotidiana da escravaria piauiense para influenciar as suas condições de vida, e de seus filhos, no cativeiro. Entendendo-se que as relações de exploração e dominação que uniam e separavam senhores e escravos também eram tecidas nas práticas cotidianas, nos costumes. O batismo, em um Império no qual a Igreja Católica detinha grande poder político e o catolicismo era a religião de estado, é visto como uma estratégia de resistir, afastando-se das perspectivas clássicas de passividade dos escravos. Para tanto utiliza-se das noções teóricas sobre resistência cotidiana, de Thompson e James Scott, estendendo as suas possibilidades de operacionalização para o estudo das práticas de resistência escrava no Brasil.

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DOI: https://doi.org/10.18468/fronteiras.2016v3n1.p123-142

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